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O Canto Litúrgico Bizantino

A cidade de Bizâncio, que se tornara Constantinopla desde que Constantino a fizera capital do Império (330), é um verdadeiro conservatório da cultura helênica e dos novos costumes cristãos, de onde renasceu o Ocidente cristão culturalmente esmagado pelos bárbaros.

 

Capital do Império do Oriente (ou Império bizantino) até sua conquista pelos turcos em 1453, principal centro religioso e político da cristandade até o advento dos carolíngios (a Igreja romana se separa então do Império e se coloca sob a proteção dos francos), Constantinopla permanecerá por muito tempo como o foco irradiante do helenismo cristão, a pedra angular entre o Oriente e o Ocidente, o cadinho em que se fundem as culturas.

A verdadeira eclosão da música bizantina deve situar-se depois de 398, quando São João Crisóstomo, que se tornou patriarca de Constantinopla, encarrega o mestre da música imperial de compor novos hinos, adaptados à liturgia de que é promotor, juntamente com Basílio, o Grande.

O canto bizantino, essencialmente monódico, pratica uma heterofonia simplíssima, cujas formas mais características são os floreios vocalizados sobre um tema em valores longos e nas grandes sustentações do som fundamental, qualificadas de ison (“igual”), cujo equivalente encontramos na música da Índia e, provavelmente, também na da Grécia.

A liturgia musical bizantina sobreviveu ao Império; ela é, hoje, a da Igreja grega (gregos, servos, albaneses, búlgaros, romenos) e da Igreja russa (que adotou no fim do século X a liturgia musical búlgara, distinguindo-se mais tarde por um estilo especificamente russo, que evolui de forma diferente).

 

Outros ritos do Oriente conservaram em sua música litúrgica o testemunho de seus vínculos bizantinos, mas evoluíram sob a influência da música árabe e das tradições autóctones: são os ritos maronita, sírio, armênio e copta.

O Canto Bizantino influenciou fortemente o Canto Gregoriano.

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